‘Ele foi um herói’, diz mãe que viu filho morrer ao ser arrastado por cabeça d’água

Pedro Henrique de 17 anos salvou duas crianças antes de ser levado pela água. Letícia Silva, de 15 anos, e Kauane Duarte, 16 anos, também morreram.

Daiane do Santos Sterto, mãe de Pedro Henrique, de 17 anos, morto após ser arrastado por uma cabeça d’água em um ribeirão, em Paranavaí, no norte do Paraná, contou os momentos de pânico vividos na hora da correnteza. Além de Pedro, Letícia Silva, de 15 anos, e Kauane Duarte, 16 anos, também morreram.

Como tudo aconteceu

O caso aconteceu por volta das 16h30 de domingo (17), momento em que um grupo de oito pessoas se refrescava na água do Ribeirão Paranavaí, na área rural. o grupo estava fazendo fotos no local para um evento, que irá ocorrer na igreja onde frequenta, segundos antes da correnteza arrastar as vítimas.

“Na hora de ir embora, tiramos as fotos, de repente veio muita água, a gente conseguiu nadar, seguramos no cipó… Quando olhei para trás veio muita água. Cada um segurava no cipó. O Pedro pulou e salvou as duas e trouxe para cima com o cipó, aí subiu para salvar a Ariele, colocou ela para cima e se soltou. Foi um herói”, disse.

Daiane contou que pulou na água para tentar resgatar o filho, mas a força da água jogou ela para o fundo, quando retornou a superfície não viu mais o Pedro.

“Só clamava a Deus por misericórdia. Ia morrer ali. Subi correndo pedir ajuda. Tinha um Pitbull e subi na árvore e gritar, gritar, e gritar por socorro. Dai veio um rapaz salvar eles” falou.

Os corpos dos jovens foram encontrados pelos militares em diferentes pontos em meio às pedras.

ago Domingos Duarte mora em um sítio ao lado do Ribeirão Paranavaí e auxiliou no resgate das vítimas. Ele escutou pedido de socorro vindo em direção do ribeirão eacionou o Corpo de Bombeiros

“Escutei os gritos lá de baixo. Desci lá e liguei para os Bombeiros. Só escutava os gritos, mas não dava pra ver, lugar de bem ruim acesso. Um amigo meu desceu, tirou uma mulher e mais duas crianças. A gente não via, só escutava os gritos e ia acompanhando”, falou.

De acordo com o Simepar, no momento da enxurrada, choveu aproximadamente 53 milímetros na cabeceira do rio.

Equipes de Corpo de Bombeiros tiveram dificuldade de acessar o local onde os jovens foram encontrados por conta do alto nível do ribeirão, além das buscas pela 4° vítima.

Foram necessários equipamentos especiais para chegar até os pontos.

“A dificuldade é que não tem área nas margens para caminhar, precisa caminhar dentro do rio para fazer as buscas. Saímos ontem daqui por volta das 21h30”, falou o sargento Oliveira.

Cabeça d’água é um aumento rápido e repentino do nível de um rio, lago ou cachoeira devido a chuvas em trechos anteriores ou mais altos do percurso. Segundo o Corpo de Bombeiros, a água apresenta uma mudança na coloração e passa a ter mais folhas e galhos.

Os bombeiros recomendam que as pessoas visitem estes locais sempre acompanhados de instrutores ou pessoas com experiência na região. Quando o rio apresentar algum sinal de aumento do volume ou mudança da coloração, é preciso sair imediatamente do local e procurar pontos mais altos nas margens do rio.

Fonte: g1.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *