Ditadura De Maduro Alega Fraude Em Primárias Da Venezuela
Procurador-geral anunciou investigação criminal contra membros da comissão eleitoral
O regime de Nicolás Maduro iniciou uma apuração criminal contra a comissão eleitoral responsável por conduzir as eleições primárias da Venezuela, ocorridas no domingo, dia 22. María Corina Machado, líder da oposição, saiu vitoriosa com uma margem de 92% dos votos, contabilizando mais de 2,4 milhões de eleitores participantes.
Pouco mais de uma semana após a assinatura de acordos entre Maduro, a oposição e os Estados Unidos para a realização de eleições justas e livres, foi anunciada a investigação contra o ditador. Maduro concordou em assinar os acordos como uma condição para a retirada das sanções americanas ao petróleo e gás da Venezuela.
Serão investigados Jesús María Casal e Mildred Camero, líderes da Comissão Nacional das Primárias, que são membros da oposição ao regime ditatorial. O Conselho Nacional Eleitoral, cujos membros são aliados do ditador, negou-se a realizar as primárias, que são um procedimento para selecionar os candidatos à presidência nas eleições de 2024.
Jesús María Casal e Mildred Camero serão investigados por diversos crimes, incluindo desvio de funções eleitorais, roubo de identidade, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Além deles, os presidentes dos conselhos regionais das primárias e o diretor da organização responsável pela fiscalização do pleito também serão alvos da investigação.
‘Obviamente, houve fraude’, diz procurador-geral da ditadura de Maduro
A investigação criminal foi confirmada pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab. Segundo ele, constitui crime realizar as primárias sem o Conselho Nacional Eleitoral. A oposição resolveu fazer o pleito de forma independente depois da renúncia dos aliados de Maduro no conselho, o que, na prática, impediu seu funcionamento.
“A Constituição de 1999, vigente em nosso país, estabelece que o Conselho Nacional Eleitoral é o órgão encarregado de organizar as eleições de organizações com fins políticos”, afirmou Saab, em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira 25.
Fonte: Assessoria